Sinais de depressão na Adolescência

Sinais de depressão na Adolescência

Por: Marcia Belmiro | Adolescentes | 07 de julho de 2018

Que depressão não é frescura, muita gente já sabe. E depressão na adolescência? Por ser um período de fortes transformações para o jovem, alguns adultos confundem sintomas de depressão com os conflitos emocionais característicos dessa fase. Uma das questões que pode tornar a depressão mais difícil de ser identificada é que os sintomas são mesmo muito parecidos com sentimentos e sensações vividos nesta fase de transição, como a tristeza, a letargia e a indisposição.

Durante a adolescência, as taxas de depressão disparam. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é a principal causa de doenças em adolescentes. Pesquisas sobre depressão em adultos revelam que metade deles tiveram os seus primeiros sintomas antes dos 14 anos de idade. Tais dados reforçam a importância de observar se os adolescentes estão lutando contra a depressão e garantir que eles recebam o apoio que precisam.

É fundamental identificar os sintomas da depressão em tempo hábil, para que se possa prevenir suas consequências e ajudar quem estiver enfrentando a doença. O problema é que, atualmente, é muito comum que o adolescente deprimido experimente o preconceito dentro de casa ao ouvir frases como “você está chorando de barriga cheia” ou “você não tem problemas, não tem motivos para estar triste”.

Desvalorizar o sofrimento do adolescente é uma das piores atitudes que podem ser tomadas. Nesse sentido, nenhuma queixa persistente deve ser ignorada. Assim, para um diagnóstico de depressão, um grupo particular de sintomas precisa ter aparecido, pelo menos, por duas semanas. Estes sintomas devem incluir o humor deprimido, ou uma perda de interesse e prazer em coisas que antes eram agradáveis. Sozinho, este sinal não indica muita coisa, mas, se a depressão está acontecendo, outros sintomas acompanharão o cenário, tais como:

– Apatia: às vezes, confundida com preguiça, por ela o adolescente demonstra falta de energia e cansaço frequente.

– Isolamento social: os adolescentes deprimidos tendem a se isolar de amigos e familiares.

– Irritabilidade e instabilidade: mau humor, descontrole emocional e explosões de raiva podem fazer parte do quadro depressivo.

– Alterações severas no ritmo do sono: quando o adolescente começa a dormir mais ou menos do que o costume.

– Alterações no apetite: perder a vontade de comer é o mais frequente, mas pode acontecer o contrário, ou seja, aumento repentino de apetite, sobretudo por alimentos doces. Perda ou ganho de peso significativo em pouco tempo também podem estar associados.

– Dificuldade de concentração: muito associada à queda no rendimento escolar. Em alguns casos, o jovem depressivo abandona os estudos.

– Uso de drogas: muitas vezes, o adolescente recorre a elas como uma tentativa de “automedicação”, para alívio do sofrimento causado pela doença.

– Automutilação: em situações de extremo sofrimento, alguns adolescentes podem adotar um comportamento autodestrutivo, cortando-se ou queimando-se. Provocar dor física é uma forma de tentar tirar o foco da dor emocional.

– Comportamento de risco: o fascínio pelo perigo pode ser uma forma de combater a apatia. Andar distraidamente no meio de ruas movimentadas, buscar a prática de esportes radicais sem o cuidado com os equipamentos adequados de segurança ou mesmo fazer sexo sem proteção podem ser rotas de fuga a procura de fortes emoções.

– Pensamentos suicidas: o ponto de maior atenção e cuidado.

A depressão é uma doença tão persuasiva, que pode convencer qualquer pessoa afetada por ela de que nada fará diferença. Esta desesperança é, inclusive, um de seus sintomas mais clássicos. Ao suspeitar que um filho ou aluno está com mais de um dos sintomas apontados neste artigo, o primeiro passo é buscar auxílio de um profissional qualificado como um Psicólogo e um médico Psiquiatra. Ademais, ter o apoio de um adulto atencioso será importante para qualquer adolescente que está tentando encontrar seu caminho e enfrenta a barreira da depressão.

Fonte:

OMS – Organização Mundial de Saúde

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