O que é ser um psicólogo que trabalha com crianças?

O que é ser um psicólogo que trabalha com crianças?

Por: Marcia Belmiro | Crianças | 08 de maio de 2018

A Psicologia é um ramo muito amplo que possui quase infinitas formas  e possibilidades de inserção profissional e atuação, variando de acordo com a abordagem teórica adotada. Uma coisa que podemos dizer que todas as abordagens têm em comum é essa: o interesse pelo ser humano. Sendo assim, ser psicólogo passa necessariamente pelo estudo daquilo que é humano e a implicação prática junto às outras pessoas para promover algum tipo de transformação.

De uma maneira geral, as pessoas que buscam por uma clínica psicológica costumam trazer questões da ordem de sua experiência é inserção no mundo (costuma-se usar o termo “enquanto ser no mundo”), mas que se encontram inacabadas e mal resolvidas, ou que possuem desfechos ruins e acabam produzindo bloqueios na fluência de sua rotina. Lembrando: existe uma série de maneiras de abordar e lidar com essas questões que, no entanto, quando percebemos que à pessoa está vivendo fixações e automatizações de comportamentos, pensamentos e hábitos não saudáveis, o trabalho da Psicologia poderia ser descrito como um auxílio ao paciente para que ele possa experienciar as resistências que estão fazendo parte da sua vida de forma à desautomatizar seu padrão comportamental para que seja capaz de se responsabilizar por suas ações e integrar sua personalidade.

 

A Infância no século XXI

Antes de adentrar sobre o que é ser um psicólogo que trabalha com crianças precisamos contextualizar o que é a infância no século XXI. Mesmo que pareça óbvio para nós atualmente essa noção de que a criança é um ser humano com um potencial latente para ser desenvolvido ao longo da maturação do seu corpo e amadurecimento psíquico, essa lógica é fruto de uma construção social dos últimos 4 séculos podendo ter um de seus marcos divisores com a invenção da escola no século XVII. Dessa forma, é necessário que consideremos com muita cautela a posição que as crianças são colocadas hoje em dia de sujeitos inocentes, incapazes e sem conhecimentos que precisam de tutela constante.

Na prática de consultório com crianças, os psicólogos vêm percebendo que a criança pequena possui uma curiosidade intrínseca que faz com que o relacionamento que constrói com o mundo seja deveras espontâneo e dotado de um conhecimento tácito acerca do que se apresenta para ela no aqui e agora. Todavia, para que as crianças se tornem sujeitos socialmente “ajustados” e atendam as expectativas do funcionamento do ambiente onde estão inseridas, os adultos realizam uma série de “cortes” à essa fluência natural do desenvolvimento infantil. Do tipo: “Não toque! Não ponha na boca! Não faça isso! Não faça aquilo! Não seja assim! Não, não, não, não….” Prova disso é que uma das primeiras palavras que nossos pequenos aprendam é o “não”, pois é uma palavra que é recorrentemente dirigida à eles para coibir aquilo que existe de mais natural dentro deles e que necessitam expressar.

Nessa constante frustração, bebês vão se desenvolvendo em crianças com uma série de bloqueios e dificuldades, o que Wilhelm Reich chamou de armadura do caráter. Ou seja, atitudes, hábitos e pensamentos – geralmente não saudáveis – que foram desenvolvidos por uma questão de proteção, acabam se fixando como uma espécie de fisiologia secundária de acordo com aquilo que nossa cultura restringe e define como “normal”.

 

O trabalho do psicólogo junto às crianças

Considerando que o ser humano é essencialmente social e que as crianças, antes espontâneas e saudáveis, vão desenvolvendo uma série de resistências e dificuldades a partir daquilo que é socialmente esperado delas, o psicólogo que trabalha com crianças também deve trabalhar com suas famílias e/ou contextos sociais, pois um trabalho isolado não é capaz de promover um movimento transformador  numa realidade até então dolorosa.

Assim, ser psicólogo infantil é fornecer um suporte para a criança e sua família através do cuidado, da disponibilidade e do interesse do terapeuta para que se favoreça a assimilação e integração progressiva de tudo aquilo que se mostra como impasse e bloqueio no processo de vida e experienciação dos sujeitos e dos coletivos. Ou seja o psicólogo não irá resolver as questões ou eliminar os entraves gerados no ambiente, mas antes auxiliar a criança na  assimilação das ocorrências de tal forma a levá-la ao movimento de integração de suas vivências.

 

O Método KidCoaching no auxílio ao desenvolvimento infantil

Recentemente criado e desenvolvido pela Master Coach e psicóloga pós-graduada Marcia Belmiro, o Método KidCoaching vem agregando teorias da infância e do desenvolvimento conceituadas dentro de áreas da Psicologia como a Psicologia Positiva, Gestalt-terapia, Terapia Cognitivo-Comportamental, Psicanálise e o Coaching, para fornecer uma perspectiva holística sobre o universo infantil. É somente através da ampliação da perspectiva que temos sobre a criança que seremos capazes de lidar e realmente interferir naquelas problemáticas muitas vezes vistas como “sem solução” para os pais como as birras infantis, o egocentrismo de algumas crianças, o distanciamento social e a falta de interesse pelos estudos.

A partir de um fundo metodológico estruturado levando em consideração a complexidade do ser humano e, principalmente, do ser criança, além de ferramentas e técnicas práticas para auxiliar pais e filhos a alcançar um novo padrão perceptivo e reverter situações desagradáveis e desgastantes, os profissionais KidCoaches vem obtendo resultados excelentes no que diz respeito à uma mudança comportamental saudável dentro das famílias, escolas e instituições.

Para conhecer mais sobre o Método KidCoaching e assistir opiniões profissionais sobre o trabalho com crianças, acesse o seguinte link: https://www.kidscoaching.com.br

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