Como lidar com transtornos e dificuldades no processo de aprendizagem

Como lidar com transtornos e dificuldades no processo de aprendizagem

Por: Marcia Belmiro | Educação | 24 de outubro de 2017

Atualmente, enfrentamos uma grande crise do modelo educacional. A velocidade com que correm as informações, o advento dos infinitos atrativos do mundo tecnológico e os conflitos sociais e relacionais se apresentam como grandes dificuldades no processo de aprendizagem exigido dos alunos em sala de aula.

Competindo sempre com atividades “mais legais” — como o videogame e a televisão — a sala de aula precisa ser capaz de estimular a criança a encontrar prazer nos momentos de estudo, pois não é possível realizar nenhuma atividade sem motivação. Isso significa que é necessário ajudar a criança a viver este momento de estudos de forma mais natural e lúdica, e não apenas repreender a falta de atenção ou desconcentração apresentadas. A motivação criada de maneira intrínseca ao estudo, valorizando a obtenção de conhecimento como um grande sucesso, por si só já é capaz de trazer inúmeras gratificações ao ser humano a partir do crescimento e desenvolvimento de seus potenciais.

Médicos, especialistas e psiquiatras possuem muitos diagnósticos para classificar as crianças que apresentam resistências ao modelo tradicional de ensino, tais como: dislexia, discalculia e TDAH. Mas é preciso tomar bastante cuidado com essas classificações, pois há no Brasil um grande surto de medicalização desnecessária da juventude, o que pode trazer muito mais malefícios para eles do que benefícios. Por isso, é importante realizar uma investigação mais pormenorizada do que se passa com a criança que apresenta algum tipo de dificuldade de aprendizagem, pois na maioria das vezes a causa do problema não está em aspectos físicos, mas em questões socioemocionais.

Imagine, por exemplo, um aluno muito inquieto em sala e que apresenta dificuldades para permanecer sentado em seu lugar e se calar quando o professor apresenta a matéria. Ele quer sempre atrair a atenção da turma para o que está fazendo e não consegue escrever respostas completas quando redige textos em suas avaliações. À primeira vista, esta criança provavelmente seria diagnosticada com TDAH, sendo receitado um remedinho para ajudá-la a se concentrar.

No entanto, mais fundamental que diagnosticar sua falta de atenção é encontrar formas interessantes de fazer com que a criança preste atenção e se interesse genuinamente pelo conteúdo da aula. Talvez essa criança esteja passando por conflitos familiares, disputa com irmãos ou separação dos pais. Talvez ela tenha perdido recentemente alguém que amava muito ou teve que se mudar para um lugar novo e ainda não está familiarizada com tanta novidade. Os motivos de sua falta de atenção podem ser infinitos, mas o que trará resultados efetivos são as novas formas de trazer a criança para a experimentação da aula, para a construção do conteúdo e encontro de novas percepções e entendimentos da matéria por meio de abordagem Coaching.

É possível buscar ajuda de outros tipos de profissionais que façam intervenções produtivas na realidade da criança. Uma pessoa formada em Kids Coaching Professional pode realizar questionamentos e aplicar técnicas específicas para que a criança possa encontrar saídas assertivas para essas problemáticas. Para que a solução dessas dificuldades de aprendizagem não recaia sempre sobre a medicalização, a avaliação do jovem deve ser feita por uma equipe multidisciplinar que inclua psicopedagogos e psicólogos, garantindo uma visão holística do aluno. Cada profissional pode agregar determinados aspectos à situação do jovem evitando atribuir ao problema uma única causa.

Além disso, os professores precisam estar atentos à integração dos alunos entre si e com a comunidade escolar, pois o isolamento certamente contribui para a queda do desempenho do aluno. Criar oportunidades de trocas e aprofundamento do diálogo entre alunos pode solucionar esse grande fator de desmotivação e frustração do jovem.

Por meio de uma abordagem Coaching, os educadores podem promover uma adaptação da metodologia de ensino, construindo um diálogo horizontalizado com as crianças e levando-as a identificar as melhores estratégias para aprender o conteúdo desejado. Possivelmente, essas novas estratégias estarão ligadas à recursos tecnológicos, dinâmicos e atividades lúdicas. Desta forma, é importante que o professor esteja aberto para adotar práticas inovadoras, capazes de lidar com as dificuldades de aprendizagem que a prática ortodoxa de sala de aula não está mais dando conta.

Imagem: OcusFocus / iStock / Getty Images Plus

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